segunda-feira, 24 de agosto de 2009

24 de agosto de 1954 - O dia do ADEUS ao "Pai dos Pobres"

A 55 anos, em 24 de agosto de 1954 suicidou-se no palacio do Catete, no Rio de Janeiro Getulio Dorneles Vargas, nascido em São Borja no dia 19 de abril de 1882, que era chamado, pelos seus simpatizantes, de "pai dos pobres" e por pessoas próximas, de "Doutor Getúlio". Seu estilo político foram denominados de getulismo ou varguismo.

Getúlio foi o maior dos estadistas brasileiros. Foi também o mais amado pelo povo e o mais detestado pelas elites. Tinha que ser assim.

Entre os diversos legados de Getúlio o principal é o Trabalhista, "Trabalhadores do Brasil" era como se comunicava em seus discursos, e não era só discurso, Vargas no ápice de seu governo instituiu a CLT - Consolidação das Leis Trabalhista, perpetuada até os dias de hoje e tão defendida pelo Ministro do Trabalho Carlos Lupi, a CLT criada por Vargas contempla direitos como Salário Minimo, limitação da jornada de Trabalho, férias remuneradas, a proibição de demissão sem justa causa do empregado após 10 anos no emprego (caída em desuso, posteriormente, com o advento do FGTS em 1966), e o 13º salário instituído pelo seguidor João Goulart, fizeram das leis trabalhistas no Brasil, uma das mais protecionistas do mundo. Estas leis, quase todas em vigor até hoje, são como um legado de proteção ao trabalhador formal, aqueles que possuem a CT (Carteira de Trabalho), criada por Getúlio.

Mas alem do trabalhismo, Vargas marcou sua época também no nacionalismo, desenvolvimento econômico, "o petróleo é nosso", industrialização e o desenvolvimento industrial brasileiro.

Claro que o legado trabalhista é criticado até hoje como "paternalismo" por intelectuais de esquerda, que o acusavam de tentar anular a influência desta esquerda sobre o proletariado, desejando transformar a classe operária num setor sob controle. A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, a longo prazo, estas leis trabalhistas prejudicam os trabalhadores porque aumentam o chamado "custo Brasil", onerando muito as empresas e gerando a inflação que corrói o valor real dos salários.
Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade, fazendo com que as empresas estrangeiras se tornem receosas de investir no Brasil. Assim, segundo a crítica liberal, as leis trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e subemprego entre os trabalhadores.
Mas em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços comparáveis nos direitos dos trabalhadores e a prova disto está nos indices de geração de empregos e na diminuição da informalidade o que mostra que a visão Getulista é mantida até os dias de hoje.

"Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."

Carta Testamento, Rio de Janeiro, 23/08/54.

Getúlio Vargas

2 comentários:

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