Preocupado com a notícia de que Candiota irá receber o lixo de mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul, através de um aterro sanitário que esta sendo construído no município, por uma empresa do estado de Santa Catarina, lideranças do Partido Democrático Trabalhista (PDT) reuniram-se e começaram a debater o assunto, pois o mesmo é de suma importância.
Em um primeiro ato, os pedetistas, na quarta-feira, 05 de janeiro, tiveram a iniciativa de visitar o local onde esta sendo construído o aterro sanitário, que fica aproximadamente 1,5 (um e meio) quilômetros da Sede do Município e 600 metros do complexo da CRM (Companhia Riograndense de Mineração), onde foram recebidos por um dos diretores da empresa Meioeste Ambiental Ltda, engenheiro Paulo Cesar da Costa, que fez uma explanação sobre as condições que receberá o lixo oriundo de outros municípios, bem como o mesmo será estocado, esclarecendo assim algumas duvidas aos visitantes.
Já na quinta-feira, 06, os partidários reuniram-se em sua sede, onde debateram sobre a visita realizada no dia anterior as instalações do futuro aterro sanitário. Um dos pontos debatidos foi a surpresa desse empreendimento ter chegado ao conhecimento da secretária municipal de meio ambiente, do conselho municipal de meio ambiente, da imprensa local e quase totalidade da população, a pouco mais de 60 (sessenta) dias do previsto para seu funcionamento, que conforme seu diretor é dia 1º de fevereiro. Acreditamos que essa obra, se vai gerar arrecadação, empregos e renda para Candiota, deveria ser amplamente anunciada a comunidade e não foi, manifestaram-se os presentes.
Outro ponto que gerou preocupação foi o fato de aterro estar localizado a apenas 1,5 (um e meio) quilômetros da Sede do Município, onde a distância mínima é de dois quilômetros, para não provocar incômodos aos moradores, tais como odores, fumaça, poeira, surtos epidêmicos e inconvenientes de manobras de caminhões, conforme definido no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. A questão do transporte desse material até Candiota também é um fato muito preocupante, pois o aterro possui capacidade para receber até mil toneladas dia, sendo assim, serão aproximadamente 40 caminhões trafegando diariamente carregado com material altamente tóxico, na já deteriorada Rodovia Miguel Arlindo Câmara, passando pelas comunidades de São Simão, João Emílio, Rua Astrogildo Sobrosa Santos (na sede do município), passando em frente a Usina Termo Elétrica Presidente Médici, em direção a zona minerada da Mina/malha IV, no local da primeira célula, que fica a uma distância inferior a dois quilômetros da cidade de Candiota (Dario Lassance), do complexo de atividades da CRM (com mais de 300 funcionários) e do Assentamento Nossa Senhora Aparecida.
Devido a esses fatos, os vereadores Celso Santos e Guilherme Barão, protocolaram no Poder Legislativo um Pedido de Audiência Pública na Sede do Município, com o intuito de debater com a comunidade e autoridades as conseqüências que esta obra trará a Candiota. Santos também deu entrada na casa com o pedido de criação de uma comissão denominada “Comissão Mista de Meio Ambiente, Controle de Água e Qualidade de Vida” que deverá ser composta por um vereador de cada partido.
Os pedetistas também concluíram que o local é pouco recomendado e deveria ter sido mais bem discutido com a comunidade, também que é questionável a necessidade do já sacrificado município de Candiota sediar o aterro sanitário da metade sul, com seus riscos inerentes, como por exemplo a emissão de gazes compostos pelo dióxido de carbono e metano (CH4), dois dos principais gazes causadores do efeito estufa, em troca de uma ou duas dúzias de empregos, uma ou duas dezenas de mil reais/mês (ISS), para nossa receita de mais R$ 30 milhões/ano, advinda de uma histórica vocação econômica decorrente dos processos de mineração e queima do carvão e calcário, que por mais de meio século vem alterando as características do nosso ecossistema, pela quantidade de materiais tóxicos que são disponibilizados aos organismos vivos, cujo efeito poluidor desse processo não cessa com o término das atividades de mineração, sendo que as áreas mineradas continuam contribuindo para a poluição do solo, das águas e do ar por um longo tempo. O PDT Candiotense como instrumento de representação dos anseios e necessidades da nossa coletividade, estará vigilante e não medirá esforços junto ao Poder Público Municipal e ao Ministério Público Federal e Estadual para que a operação do aterro sanitário seja convenientemente realizada e com o devido e necessário monitoramento, com esse posicionamento encerrou-se a reunião.
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