sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Região da Campanha registra perdas de R$ 130 milhões com a seca

Técnicos e entidades elaboram propostas que serão encaminhadas ao Governador 

As perdas com a estiagem em oito municípios da região de Bagé já chegam a 130 milhões de reais. Os números foram informados ao secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, ontem(13), durante reunião realizada no Teatro Municipal de Pinheiro Machado, pelos representantes do município sede do encontro, Piratini, Herval, Pedras Altas, Candiota, Hulha Negra, Bagé e Livramento. 

A reunião, que também contou com a presença do major Oscar Moiano, chefe da Defesa Civil do Estado, serviu para que os prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, técnicos, lideranças regionais e cooperativas apresentassem ao secretário um relato da situação atual na região. 

Uma das grandes preocupações são os efeitos que serão sentidos na pecuária de corte nos próximos três anos. Na região as chuvas estão abaixo da média histórica dos últimos 40 anos desde o mês de agosto do ano passado. A estimativa é de que o déficit médio gire em torno de 33%. 

“Estamos na época do entoure e, devido a falta de alimentos, pelo menos 50% das fêmeas não estão entrando no cio”, explicou o agrônomo Erone Londero, do escritório regional da Emater. O técnico aponta que somente em Bagé está situação irá causar um prejuízo de aproximadamente 31 milhões de reais. “Na próxima primavera nascerão a metade dos terneiros esperados”, justifica. Há, ainda, 15% de perda corporal no rebanho. 

Na agricultura, a situação também é dramática. No milho, houve redução de 60% na área prevista. No que foi plantado, a expectativa é de que ocorram perdas superiores a 50%. As lavouras de soja e sorgo apresentam uma redução média de 30%, mas Londero estima que poderão ultrapassar a 50%. 

Outra situação que preocupa é a falta de água para o consumo humano. E, ainda, os problemas de saúde que começam a ser verificados, especialmente nos idosos e crianças, que apresentam problemas de vômitos e diarréias, como informou o médico Grabriel Lelis Junior, prefeito de Pedras Altas. 

Encaminhamentos 

Um dos resultados da reunião foi a proposta apresentada aos presentes pelo secretário de Agropecuária. Ele sugeriu que o Fórum de Combate aos Efeitos da Estiagem e Manejo das Águas, que reúne representantes de Aceguá, Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas e Pinheiro Machado, lidere uma discussão regional para elaborar projetos de médio e longo prazo para enfrentamento das estiagens e incremento da produção agropecuária. 

“O Governo do Estado quer liderar um grande movimento que aponte as demandas, elabore os projetos e busque os financiamentos necessários para que a elaboração de uma política de estado para esta questão”, informou Mainardi. Ainda conforme ele, nos tempos atuais não é mais possível continuar executando apenas políticas de convivência com as estiagens. “Precisamos de programas estruturantes, que resolvam as situações que vivenciamos nas últimas décadas e que apontem para um incremento da produção de forma sustentável econômica e ambientalmente”, disse o secretário. 

Os prejuízos 

Segundo levantamento apresentados pelos municípios, as perdas econômicas na região, até o momento, são as seguintes: 

Candiota – 10 milhões 
Herval – 8 milhões 
Pedras Altas – 15 milhões 
Bagé – 33 milhões 
Pinheiro Machado – 10 milhões 
Hulha Negra – 9 milhões 
Piratini – 15 milhões 
Livramento – 40 milhões

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