sexta-feira, 11 de junho de 2010

Uma reflexão para o dia dos namorados

O amor romântico está em declínio

Outro dia comentava no meu circulo familiar o extraordinário fato de que meus avós maternos vão festejar no mês de julho suas bodas de diamante, a impressionante marca de 60 anos de casados.
Coincidência ou não, dias depois me deparo com uma matéria do Correio Braziliense, escrita pela colunista Maria Fernanda Seixas, que destaca que terapeutas e psiquiatras sustentam que o amor romântico está em declínio.
Os profissionais da área ressaltam, porém, que isso não significa o fim das cartinhas, das flores e dos suspiros apaixonados, mas se aprofundam em análise de fatos sociais e os efeitos do giro dos ponteiros do tempo, o ininterrupto movimento de translação.

Para eles, estudiosos em comportamento humano, o romantismo está com os dias contados. Fadado ao fim. À beira da extinção. E a expectativa é de que, com sua ausência, o amor se torne uma experiência menos avassaladora e, enfim, possível.

Para a colunista, pode até parecer contraditória ou até inverossímel, afinal o amor romântico está em todas as salas de cinema, nas prateleiras de livrarias, nas telas da televisão e no imaginário de uma farta parcela da população, sobretudo do sexo feminino. Mas o fato é que há motivos para crer que o romantismo está mesmo perdendo adeptos. O principal deles é a evolução natural da sociedade.
Com as profundas mudanças sociais, cada vez mais as pessoas buscam a individualidade e o autoconhecimento como meta de vida. Nessa trajetória, conceitos como “cara-metade”, “felizes para sempre” e “almas gêmeas” começam a ser aposentados.

Hoje em dia a tecnologia afastou as pessoas no convívio pessoal e presencial. É tudo pelo Celular, Orkut, MSN e etc.

– A tendência é que as pessoas aprendam a não mais delegar a própria felicidade ao outro. Deixar de lado o tal complexo de Cinderela, no qual o ser amado vira a salvação de sua vida – opina a terapeuta Regina Vaz, especialista em relacionamentos humanos.

Para o psiquiatra e escritor Flávio Gikovate, as relações conjugais do século 21 serão, de fato, mais práticas e frias.

– O fim da noção de que somos metades que se completam pela fusão e o surgimento da concepção de que somos unidades devem ser vistos com alegria, pois estamos mais perto da verdade – esclarece.
A visão pode parecer cética, mas tem lá o seu sentido.
– Já viu como tem gente casada e infeliz? – provoca Regina Navarro. Por quê? – Provavelmente, porque tinham o amor romântico em mente – afirma.

Mas se a análise pode revoltar ou mesmo desanimar alguns, há o lado bom da teoria: com o fim do romantismo, as pessoas poderão amar com muito mais liberdade e sinceridade. Sem juízos, cobranças, desespero, dor. Será que isso significa o fim dos ramalhetes de rosa, das gentilezas e das cartas de amor?
Teorias à parte, os restaurante ainda ficam abarrotados de reservas para o Dia dos Namorados, as floriculturas mal dão conta das encomendas e o vovô Cídio e a Vovó Ilda a protagonizar belas cenas românticas a mais de sessenta anos. E eu hoje casado, alias muito bem casado e apaixonado, não sou lá um romântico dos anos 40, mas talvez um dos últimos românticos que sonhei e hoje vivo um amor que desejo para vida inteira assim como meus avós. Resta saber se, para as próximas gerações, histórias como as de hoje e do passado serão meros contos de fada.

Escrito, por mim e por meu Pai, um romântico inveterado.

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