sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Carvão e meio ambiente: uma possibilidade

Por: Glauber Pereira, Em editorial do Jornal Minuano do dia 02 de agosto de 2011
Comprovada a viabilidade ambiental, é preciso ter poder de convencimento para incluir o carvão no leilão de energia.

Há uma luta importante sendo travada pelo município de Candiota, cujos resultados podem influenciar positivamente a economia de toda a região da Campanha. Por isso, a bandeira deve mobilizar as principais lideranças da Campanha gaúcha. No próximo dia 8, acontece na Vila Operária de Candiota, às 14h, a manifestação de apoio pró-carvão mineral com o objetivo de sensibilizar as autoridades federais para a inclusão do carvão nos leilões de energia A -5, a serem realizados em outubro de 2011. Qualquer falha nessa proposição resultará na instabilidade de investimentos e projetos do setor, já que não haveria supostos compradores para a produção regional.

Face a esta ameaça, vale a pena esclarecer, portanto, os motivos que fazem a energia termoelétrica ficar à margem da atual proposta de leilão. De acordo com as lideranças em visita ao Jornal MINUANO, capitaneadas pelo prefeito Luiz Carlos Folador, o carvão mineral ainda sofre com o que classifica como conceito desatualizado de "energia suja". Alheios às novas tecnologias já aplicadas à fase C, na qual a utilização de dessulfurizador com base no calcário reduz a níveis próximos a zero qualquer interferência nociva na qualidade do ar, a energia oriunda do carvão ainda é classificada como agressiva por alguns setores políticos do governo federal. Garantindo que tal realidade, ainda que tenha sido verdadeira no passado, está completamente ultrapassada, o manifesto serve para apresentar dados que comprovam que o carvão não é mais um "vilão" ambiental.

Ultrapassado o primeiro objetivo, três estados do sul do Brasil e mais de 15 cidades do Rio Grande do Sul deverão se fazer representar na atividade, inclusive, em função do alto padrão de geração de empregos. Em Candiota, a perspectiva é a de construção de duas novas usinas tendo por cálculo algo em torno de 10 mil novos empregos diretos na fase de instalação. Fora as vantagens previstas e das quais já se retirou experiências positivas com a construção de Candiota III, há ainda diversos setores complementares já preparados para extrair lucro e renda das atividades. Prova disso é o projeto elaborado pelo Centro de Ciências Exatas e Ambientais da Urcamp para o aproveitamento da argila de Candiota, no que seria a criação de uma nova cadeia produtiva denominada Polo Cerâmico regional de Bagé - possibilidade que logicamente tende a ampliar as oportunidades de crescimento da Metade Sul.

Mas atenção senhores, comprovada a viabilidade ambiental, é preciso ter poder de convencimento para incluir o carvão no leilão de energia. É por isso que este veículo apoia a iniciativa e convoca seus leitores para avaliar a possibilidade e participar efetivamente da mobilização. Só com a força das comunidades integradas ao projeto será possível mudar as opiniões atualmente determinadas a partir de Brasília. A história conta que a Campanha é capaz disso, eis mais um desafio.

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