sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eólica e carvão

Por: Edgar Lisboa 

A matriz energética do sul do País, especialmente do Rio Grande do Sul, está em debate na Câmara dos Deputados. De um lado, estão os que defendem a expansão de usinas eólicas no Estado. De outro, os defensores do carvão mineral. E enquanto a energia eólica tem investimentos do governo e planos de expansão, as usinas a carvão mineral ainda nem viram a luz do dia. Em trincheiras diferentes, trabalham os deputados federais gaúchos Afonso Hamm (PP) e Fernando Marroni (PT).

Forçando a decisão
O deputado Afonso Hamm (PP), vice-presidente da Frente Parlamentar Mista do Carvão Mineral, é o mais ardoroso defensor na Câmara das térmicas movidas a carvão. E luta para que o Ministério de Minas e Energia inclua as usinas no leilão A-5, a ser realizado no final do ano. E, com as negativas seguidas da pasta, quer sensibilizar a presidente Dilma em torno da questão. Ele pretende juntar os representantes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul numa audiência pública com a presidente para tratar do tema. “Todos no ministério dizem que não são contra, mas que esperam uma resposta de Dilma”, relata. Mesmo assim, Márcio Tolmasquin, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, já afirmou que usinas a carvão não são necessárias e Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, falou a prefeitos que o leilão A-5 não vai sair. Mas Hamm não quer desistir. “Eles falam que não é problema deles, que é uma decisão do governo. Então, estamos forçando essa decisão.”

Mapa eólico
A zona Sul do Rio Grande do Sul é a área de maior potencial eólico no Estado. E quem apontou isso pela primeira vez foi a atual presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Quando ela era secretária estadual de Minas e Energia de Olívio Dutra (PT), Dilma preparou o mapa eólico do Rio Grande do Sul. Não é à toa que essa região vem recebendo tantos recursos para construir parques. “O governo quer uma Itaipu em eólicas em 10 anos”, informou o deputado Fernando Marroni (PT), um dos maiores entusiastas do projeto de energia eólica. Segundo ele, com as linhas de transmissão e o barateamento dos equipamentos para gerar energia, o preço da eletricidade gerada pelo vento pode cair para R$ 90,00 por kWh, mais barato que a energia hidroelétrica, que é R$ 95,00 por kWh. Um motivo a mais para que a própria Dilma Rousseff queira tirar da jogada o carvão. Além disso, a presidente quer seguir a risca o Protocolo de Kyoto e não quer que as emissões brasileiras de CO2 aumentem. “Seria um contrassenso o Brasil, que projeta essa imagem ambiental, construir essas usinas a carvão sem necessidade”, assinala Marroni.

2 comentários:

  1. Quem diria, hem... O deputado Afonso Hamm, outrora gigolô dos produtores rurais (leia-se UDN), agora defendendo usinas a carvão!
    No mínimo, no mínimo a ABCM (Associação Brasileira de Carvão Mineral) deve ser uma das suas financiadoras de campanha. Será que me enganei?

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  2. Referente a energia renovável.
    Os defensores desse tipo de energia precisam ter conciência que elas dependem da natureza pra produzir, e o carvão mineral está aí a céu aberto pronto p ser aproveitado, e diante de toda a tecnologia atual não trará malefícios, se os contrários realmente fossem defensores de uma melhor qualidade de vida seriam tbm contra a produção de óleo diesel que é campeão de poluição.
    Não vamos desanimar, continuemos na luta em defesa do nosso carvão, em defesa do desenvolvimento de nossa Candiota e região.

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