Esta semana, nos brindou com um extenso e interessante artigo, um verdadeiro “tratado político” escrito por Roberto Amaral, jornalista e cientista político, que discorre sobre a política mundial, a crise dos partidos e os movimentos sociais, que compartilhamos com os leitores do TC7, com a reprodução abaixo:
Mundo em crise, esquerda em crise, jovens nas ruas. E daí ?
É o que procuraremos expor.
Ainda com dificuldades para compreender a débâcle do ‘socialismo real’, a esquerda socialista não foi capaz de fugir da armadilha ideológica da direita– a introjeção da falácia do fim da História – e construir uma alternativa compreensível pelas grandes massas e exequível no horizonte das atuais gerações. Ao contrário, em alguns casos quedou-se na inação, para, noutros muitos, bater em retirada, como demonstra o destino no qual se imolaram os antigos grandes partidos comunistas, tanto do Leste, onde aparentemente estavam no poder, quanto do Ocidente.
Nunca será demais lembrar a que frangalhos foram reduzidas organizações de massa como o Partido Comunista Francês e, principalmente, o outrora tão promissor Partido Comunista Italiano, ‘o maior partido de massas do Ocidente’, inspiração da frustrada promessa do ‘eurocomunismo’. Nas pegadas dos comunistas ortodoxos caminharam partidos socialistas e socialdemocratas como o Partido Socialista Francês, o Partido Socialista Português e o Partido Socialista Operário Espanhol, apenas poucos mas significativos exemplos de renúncia a objetivos revolucionários. Na verdade, esses partidos transitaram da esquerda para o conservadorismo e, em alguns casos, terminaram no campo da direita. Lembremos apenas o triste destino do Partido Trabalhista inglês.
Nada obstante o estrondoso fracasso do capitalismo – fracasso econômico, político e moral – grande parte da imprensa internacional (o caso brasileiro é escandaloso) ainda se move segundo as regras da falecida Guerra Fria, gerando o discurso único que parece provocar rachaduras na formação ideológica dos doutrinadores da esquerda, assustada e pessimista quando sua essência é crer e realizar utopias.
Silente, a esquerda cruzou os braços. Assustada com a crise, assustada permanece diante da reação dos que ousam contestar o ‘sistema’. O fato objetivo, seja qual for o fenômeno detonador, é que o sistema não conhece oposição. E isto é talvez mais grave do que a crise em si.
Diante dos episódios da ‘primavera árabe’ e do ‘OcupeWall Street’, que se espalhou por todo os EUA e o mundo, a esquerda quedou-se perplexa, presa por um verdadeiro círculo de giz caucasiano, como paralisada pelo fim do ‘socialismo real’.
Mas a batida em retirada não encerra a tragédia toda, pois são exatamente os partidos de centro-esquerda que estão operando a política suja do neoliberalismo, impondo a suas populações o extenso catecismo das medidas recessivas de sempre, a redução dos direitos trabalhistas e previdenciários, e cortes nos programas sociais, conquistas alcançadas ao custo de longas lutas sociais que compreenderam, de par com a extrema exploração do braço humano, a repressão, o cárcere e o assassinato de milhões de trabalhadores em todo o mundo.
Para ler na íntegra acesse:
http://www.cartacapital.com.br/politica/mundo-em-crise-esquerda-em-crise-jovens-nas-ruas-e-dai/
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