Jogo de dois pesos, duas medidas
É fato que as privatizações até hoje não foram passadas a limpo, o que alimenta a nebulosidade e as especulações em torno desse processo de dilapidação do patrimônio público brasileiro.
Mas o tratamento dado pela grande mídia ao livro desnuda algo que venho dizendo há algum tempo: os dois pesos e as duas medidas no noticiário desses veículos. A maior parte deles silenciou ou dedicou espaço ínfimo ao conteúdo do livro, como se quisessem transmitir a ideia de que não é notícia um livro que se esgota em 24 horas e que é o mais completo levantamento das falcatruas e desvios de dinheiro ocorridos nos anos de privatização tucana, de tantas repercussões negativas na história recente do país.
O personagem central do livro é o ex-governador de São Paulo, José Serra, apontado pelo jornalista como o principal favorecido no processo de privatização. Serra foi candidato a presidente duas vezes derrotado (2002 e 2010) e é o preferido dos grandes grupos de mídia do país.
O enorme silêncio contrasta com a recente onda de denuncismo sem provas dos últimos meses, que tomou conta destes mesmos meios de comunicação. Os mesmos veículos que hoje negam a seu público informações sobre o processo de privatização, ao menor indício ou acusação verbal de desvio, promoveram —e ainda promovem— verdadeiras cruzadas, exigindo a demissão de ministros.
O jornal Folha de S.Paulo foi além: mudou inteiramente a forma como trata denúncias desse tipo. Publicou matéria questionando a credibilidade e os antecedentes do jornalista Amaury Ribeiro Jr., o que não fez com nenhum outro denunciante nos casos de ministros ou no caso do governador do Distrito Federal.
A Folha concede espaço de direito de resposta aos acusados, chega inclusive a reproduzir declarações de 2002 de um deles se defendendo — o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio Oliveira, ligado a Serra e apontado no livro como beneficiário de depósitos em paraísos fiscais na privatização das teles.
Mais inusitado ainda é o jornal assumir a defesa dos acusados, ao escrever que, de fato, há documentos comprovando o depósito em nome de Ricardo Sérgio, mas que não há provas de relação com a privatização.
Em suma, o jornal dá aos acusados o espaço de defesa que nega aos demais, contrastando com todas as matérias que fez nestes últimos meses, quando jamais usou esse critério da ausência ou não de provas. É como se a presunção de inocência valesse só para as pessoas mais próximas ao jornal — e, por extensão, aos demais jornalões.
Quando, na prática, não exige investigação e tenta desqualificar o livro, o jornalista e as denúncias que ele traz, o jornal atira no próprio pé, pois revela que as cobranças, acusações, linchamentos públicos e afastamentos de cargos só valem para os adversários do PSDB.
Pensar em equilíbrio e isenção na cobertura jornalística é colocar essas questões na mesa. Se há lado, que se assuma publicamente, como muitos veículos de comunicação fazem ao redor do mundo e não é demérito, mas sinal de honestidade com seus leitores e a sociedade.
Não se pode condenar sem provas, sem direito à defesa ampla e antes do término da decisão judicial, mas igualmente é inadmissível a leniência e o favorecimento de alguns.
Para além do jogo de dois pesos e duas medidas explicitado pela grande mídia neste caso, é preciso elogiar o papel da Internet, pois mesmo com pouco espaço nos jornais ou nos grandes portais, o livro e seu conteúdo vêm sendo debatidos intensamente nas redes sociais, em blogs e veículos independentes.
Isso mostra como os donos dos grandes meios de comunicação não detêm mais o monopólio da informação e que, hoje, é preciso um esforço muito maior para abafar um fato de interesse público.
Felizmente, o acesso aos fatos não depende mais exclusivamente desses meios, está cada vez mais nas mãos dos cidadãos. Como que um recado que a sociedade dá de que, no lugar do jogo de dois pesos, duas medidas, espera investigação dos fatos que envolvem essa página tão nebulosa de nossa história recente que foram as privatizações dos anos 1990. (grifos nosso)
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
Mais uma vez a Folha de SP mostra ser um lixo de comunicação, defende a banda podre do nosso pais, a direita que sempre esteve no poder, que sucatiaram nosso pais.
ResponderExcluirEsse jornaleco de quinta categoria ela vende sua alma a serviço do PSDB e outros partidos que sempre bancaram eles sustentaram e até hoje banca o jornal.
Como jornal é deles fazem que querem, mas compra e lê que quer.
Já mais um dia assinaria o Jornal Folha de SP, jornal sem ética, como esse lixo Folha de SP.
Só aqui em Candiota que o as forças progressistas "teimam" em se aliarem com essa cachorrada do PSDB... É brabo, tchê... Ser petista e ter que andar em caminhadas abraçado com as bandeiras do tucanos...
ResponderExcluirPSDB e PT juntos só aqui em Candtota,na capital nacional do lixão!
ResponderExcluirO PSDB não tem nehum vereador e pelo andar da carroça, nenhum terá.
Para eleger um vereador o PSDB precisaria mais ou menos 750 votos n soma dos votos dos candidatos a vereadores, e ele fazem conta daqui e delá e a soma nunca cheqa nem nos 600 votos...
Pobre do PSDB! Pobre do PT!!!!!!
mas tu é muito otimista amigo das 13:53, sou do pT e fizemos as contas e os votos dos vereadores candidatos do PSDB não passará dos 450/500 votos, anota aí cara!
ResponderExcluiro seu Ancelmo está enganado,ajuda todos com cirurgias e remedios, mas os eleitores só tão secando ele, pois entendem que ajudar com cirurgias e remeidos é o minimo que a saude pode fazer... hehehehehe
Anônimo disse... 21 de dezembro de 2011 13:53
ResponderExcluirNo minimo deve ser mais um que esta com a teta seca,já não posso dizer isso do teu partidinho pelo contrario, que mais que se exploda sempre se achavam donos de candiota, estão tendo que merecem, essa canoa furada de vocês esta prestes a fundar, com meia duzia de gato pingado.
Ainda acham que vão voltar, ai fico com pena de acharem que podem voltar, fique tranquilos que no minimo mais 4 anos fora.
Meus parabéns para ana luisa, fizeste um retrato fiel do Vereador Celso. Mas analisando o que disse o anõnimo do dia 20 as 14 horas e dez minutos, fico pensando, o este governo do pt não faz para ganhar uma eleição, diz que o psdb é podre, que é um partido de larápio, que é duro aturar essa gente ainda mais caminhar com ele, mas querem nosso apoio e o nosso voto, estão zangados porque a folha defendo o psdb, mas quanto será que o PT pagou para o seu ex assessor amauri escrever um livro daquela forma, pois, é sabido que o amauri era petista e cargo de confiança do PT, então qual a credibilidade deste livro. Mas recomendo a esse petista ler o Livro O CHEFE que traz as falcatruas. os esquemas, os roubos, a história do mensalão,a história dos dolares nas cuecas, a história enfim das sacanagens que aconteceram do governo do PT. perto deste livro o livro do amauri da para criançinha ler.
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