segunda-feira, 14 de março de 2011

Seja Feliz - A vida ainda não terminou

Por: Taylor Lima

Outro dia, debrucei-me sobre um tema intrigante e fascinante: o futuro do universo e o sentido da vida inteligente.
Se de um lado, filósofos e cientistas afirmam que o mundo vai acabar, estes defendendo a tese de que as galáxias estão se afastando uma das outras e com o tempo, depois de bilhões de anos, as estrelas apagar-se-ão até que nada mais reste senão a escuridão.
De outra parte, ainda em tempo (e põe tempo nisso), teólogos e pesquisadores afirmam a descoberta da fórmula da felicidade.
Um instituto britânico recentemente elaborou um estudo, a partir de entrevistas como milhares de pessoas e descobriu, como se poderia imaginar, que homens e mulheres sentem felicidade de forma diferente, o que, por si só, já merece um artigo especial e oportunamente. 
Voltando e simplificando, como sugere o estudo, para ser feliz precisa-se estar atento a alguns fatores e cultivá-los, como segue:
- Dedicar-se tempo à família amigos e a si próprio;
- Melhorar seus relacionamentos, não buscar muitos amigos, mas interagir-se  muito com uns poucos.
No mesmo sentido, foi o resultado da pesquisa realizada pela Universidade Princeton, EUA, publicada na revista “PNAS”, que revela, entre outras coisas, que pessoa solitária se sente muito infeliz até em comparação com quem sofre de um problema crônico de saúde.    
Mas alguns “especialistas” de plantão tentam impor que o crescimento econômico é a base e o objetivo das sociedades. E aqui, de imediato, há de se perguntar o que é mais importante: ser feliz ou ser rico?
Ora, o crescimento econômico desconectado desestabiliza o ser humano e o planeta, como se depreende de apenas dois exemplos:
Andrew Jackson Whittaker, já milionário, tornou-se o maior vencedor na loteria norte-americana, ganhou um total de US$ 314,5 milhões. De forma rápida, tornou-se um bebedor inveterado, chegou a gastar mais de US$ 100 mil em um clube de strip, teve US$ 745 mil roubados e sua neta morreu de overdose, financiada pela mesada de US$ 2 mil que ele oferecia.
- Uma nova empresa que se instala em um município ou região traz, sem dúvida, um aumento do PIB, mas se for acompanhada de uma degradação ambiental será uma perda de qualidade de vida, mesmo com crescimento econômico.
A propósito, outro dia, lendo um artigo de uma escritora paulista, me deparei com um fato interessante.

No Butão, pequeno país budista ao lado do Himalaia, o rei declarou que a FIB-Felicidade Interna Bruta é mais importante que o PIB,  priorizou àquele em detrimento deste,  e  baseou todo  seu governo em quatro premissas:
- Desenvolvimento econômico sustentável e equitativo;
- Preservação da cultura;
- Conservação do meio ambiente e
- Boa governança.
Os conceitos da FIB do Butão estão correndo o mundo e o ocidente já adicionou mais cinco itens:
- Boa saúde;
- Educação de qualidade;
- Vitalidade comunitária;
- Gestão equilibrada do tempo (trabalho e lazer) e
- Bem-estar psicológico. 

Ao contrário do Butão, veja o exemplo dos EUA, com o maior PIB do mundo e ao mesmo tempo aumento dos índices de criminalidade, atentados, permanente envolvimento em guerras, neuroses e toda sorte de infelicidade.

É apropriado lembrar o belíssimo discurso do senador Robert Kennedy, assassinado em junho de 1968, aos 42 anos, que presenciou seu irmão John Kennedy, Presidente e igualmente rico, também ser covardemente assassinado aos 46 anos, quando criticou o crescimento econômico a qualquer custo e disse entre outras coisas que:
“Não podemos medir a realização nacional pelo PIB, pois ele inclui a poluição do ar, a publicidade dos cigarros e a destruição das nossas florestas. Cresce com a produção de mísseis, ogivas nucleares e o custo da estocagem dos rejeitos radioativos. Em compensação, o PIB não contabiliza a saúde das nossas crianças, a qualidade da sua educação e a beleza da nossa poesia. Ele mede qualquer coisa, mas não aquilo pelo qual a vida vale a pena ser vivida”.

Assim, em um mundo onde a felicidade financeira é estimulada desde a infância, busque sua FIB aproveitando bem seus fins de semana, feriados e férias, para seu lazer e relacionamentos. 
E, simples, seja feliz!
Sem antes fazer uma reflexão:
1. Você sabe qual é a cidade mais rica do Brasil? Fácil, né!
2. E a cidade com melhor IDH (índice de desenvolvimento humano) do Brasil? Difícil, né!

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, de 12-03-2011.

Um comentário:

  1. Bom dia Pablo, conheci candiota por motivos da vida, morei poucos dias ai, mas voltei a minha terra depois de receber uma nova proposta de trabalho, porém sempre que posso dou uma olhada no teu blog pra saber das ultimas, a cidade é uma loucura, pacata e movimentadissima, porém, a capitalismo é assim, não quer saber das pessoas, quer só saber do PIB, e o capitalismo por si só, esmaga qualquer outra forma forma de ver o mundo, EUA ate hoje não estão nem ai com o protocolo de Kioto, invade paises com supostas "missoes de paz", mas por interrese comercial, porque será que não são eles que estão comandando a missão de paz no Haiti, por ser o pais mais poble do mundo, e nenhuma vantagem daria a eles depois, eles pacificam, e depois exploram anos e anos estes paises, o mundo é capitalista, porque o capitalismo usa muito bem marketing, e porque as pessoas querem poder, ostentação, e esquecem totalmente do proximo, da amizade, do carinho, de fazer o bem, podem ate serem hipócritas e dizer que pensam no proximo, mas num sinal, quando veem um menino de rua a primeira atitude é levantar o vidro do carro, bom ja me estendo bastante, mas acredito que consegui transmitir o que penso.

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