Blogs e redes sociais devem trabalhar de forma complementar
Observatório da Imprensa
Ainda se discute exaustivamente temas como o fim do jornalismo, o fim dos blogs, o fim do e-mail, o fim da televisão e até mesmo o fim do fim. Tem fim para quase todo o tipo de gosto. É natural, no campo da comunicação, alguns meios “assassinarem” outros só por questão de conveniência. Mas, não. Até que se prove o contrário, mídia não mata mídia.
Quando foi estabilizado o poder que canais como Twitter, Facebook ou YouTube detinham nas mãos dos usuários, muito se debateu – e ainda se debate – sobre o fim dos blogs. Os blogs foram taxados como mídias ultrapassadas e que não possuíam o mesmo dinamismo com que as redes sociais vinham conquistando o mundo. É verdade. Blog não é um canal dinâmico. Mas ele não nasceu para ser um.
Os blogs devem ser trabalhados de forma complementar com as redes sociais, e não de maneira isolada. Uma empresa pode trabalhar o canal blog como um centralizar de conteúdo. Textos, vídeos, podcasts, infográficos e outros elementos procurados por um usuário podem ser inseridos em um blog. A facilidade de customização permite que tais canais sejam estruturados de forma profissional ou amadora, variando, nesse caso, conforme a visão da empresa ou do profissional que o comanda.
É exatamente a sua falta de dinamismo que o faz conquistar tanta credibilidade. Um blog é capaz de agregar conteúdo e valor para com uma marca ou profissional. É um ambiente convidativo para um olhar mais demorado, uma reflexão ou uma conversa mais apimentada. Aceita interação, comentários e sugestões dos leitores. Seu espaço mais denso para conteúdo faz com que seja um solo fértil para a disseminação de materiais relevantes e bem trabalhados.
Rastro de pólvora
O mais interessante do Facebook, atualmente, é a sua onipresença. Praticamente todos os grandes portais, sites e blogs possuem conexões com a rede, o que possibilita a empresa impactar um grande número de usuários, utilizando pequenas postagens com conteúdo relacionado ao blog ou até mesmo publicar informações de outros locais apenas para gerar discussões e conversas.
Engajar o público nesse meio é essencial para se construir um sólido relacionamento na rede, já que diferentemente do frenético dinamismo do Twitter, o Facebook requer uma atividade mais estruturada e arquitetada. A informação chega até o usuário – seja através do perfil da empresa ou compartilhada pelos amigos – e pode ser construídas de forma mais elaborada. No Twitter temos um rastro de pólvora perto de faíscas. Já no Facebook é possível evitar que a chama de conteúdo não se apague tão facilmente.
Relevância e reputação
Aliás, não paramos por aqui. A produção de vídeos, podcasts e infográficos também deve ser pensada pela empresa como um fator complementar à mídia blog. O interessante é diferenciar a linguagem do conteúdo conforme o canal estabelecido. Publicar a mesma informação em diversas mídias não é agilidade, é preguiça. Cada canal tem sua singularidade e, juntos, devem trabalhar em sintonia para que empresa ou profissional construam relevância e reputação, itens indispensáveis em um mundo repleto de conteúdo genérico, caindo como cascata na cabeça do usuário.
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[Cleyton Carlos Torres é jornalista, pós-graduado em assessoria de imprensa, gestão da comunicação e marketing e pós-graduado em política e sociedade no Brasil contemporâneo]
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