quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Uma luz no fundo do gasoduto

Por: Taylor Lima
Fonte: Editorial do Jornal Folha do Sul - 28/02/2012


Além do que já foi dito, a utilização do carvão em ciclo combinado com gaseificação de leito fluidizado integrado e captura de CO2, com redução das emissões de gases de efeito estufa acima de 50%, tecnologia já em desenvolvimento na China, Índia, Japão, Rússia, Austrália, Espanha, Holanda, Alemanha e EUA, aqui no Brasil, com carvões com alto teor de cinzas, não se mostra competitivo em custos com nossas alternativas de geração convencional, como a do gás natural. Ora, se não é fácil o caminho das pedras e nosso maior concorrente é o gás, não seria à hora de aderirmos a essa tendência?

Na pequena comunidade de Twin City, nos EUA, uma antiga usina a carvão teve suas instalações substituídas e convertidas para gás natural de ciclo combinado. A nova usina passou a produzir duas vezes mais energia e reduziu a emissão de dióxido sulfúrico, óxidos de nitrogênio, material particulado em mais de 90% e dióxido de carbono (CO2) em 66%, deixando-a mais limpa e com mais eficiência de energia, mudando o horizonte da empresa e moradores da cidade e região.

Ademais, se o horizonte energético de Brasil é o gás natural, porque não viabilizar o Gasoduto Cruzeiro do Sul, ou parte dele, projeto de desenvolvimento Energético do RS, elaborado para integrar Montevidéu, Rio Grande, Pelotas, Santa Maria, com um ramal para Candiota, e conectado-se ao gasoduto Brasil-Argentina e a grande Porto Alegre.

Pois acreditem, neste estudo, no item 9, lá ta escrito “ipsis litteris”:
“9 – USINA TERMOELÉTRICA DE CANDIOTA BI-COMBUSTÍVEL ?
Sim a usina termoelétrica de Candiota queima carvão. Suas instalações podem ser convertidas para queimar também gás natural, aumentando sua flexibilidade e potencial.” 



  Como diz Sérgio Godinho, poeta e compositor português, é difícil propor sem demagogia, retórica, conectado com a realidade e ligado nas dificuldades à enfrentar.

Reivindicar por reivindicar não resolve nada;
Contestar por contestar não resolve nada;
Indignar-se por se indignar não resolve nada;
Utopia por utopia não resolve nada.

É preciso que a reivindicação, a contestação, a indignação e a utopia sejam acompanhadas por um trabalho de construção de alternativas, que mostre um caminho de luz ao fundo do túnel, para merecer a adesão da comunidade e a credibilidade dos entes públicos e privados.

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