quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Crise expõe coalizão de fachada

O jornal Estado de S. Paulo, por João Bosco Rabello, traz importante artigo que discorre sobre coalizão de governo de interesses sem qualquer programa mínimo que una os partidos políticos, que mais se traduzem por blocos fisiológicos sem outro objetivo além de cargos que sirvam a negociatas de todo o tipo. O texto não retrata necessariamente a opinião desse Blog, mas em época de tratativas de alianças para as eleições municipais do próximo ano, no mínimo, serve para uma boa reflexão. Segue na íntegra:

“É a crise do Ministério do Trabalho, dentre todas que a antecederam, que melhor expõe o quão fictício é o chamado governo de coalizão montado em torno de partidos políticos que mais se traduzem por blocos fisiológicos sem outro objetivo além de cargos que sirvam a negociatas de todo o tipo.
Trata-se de uma coalizão de interesses sem qualquer programa mínimo que una os partidos em torno de seus próprios ministros, como se observa agora com a bola da vez, Carlos Lupi, do PDT. Uma ala não desprezível de seu partido simplesmente pediu uma CPI para investigar os desvios na pasta, algo que a desorientada oposição não cogitou sequer como um mero gesto formal de sua intrínseca obrigação.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) considera que o governo conduz a crise no Trabalho, como as demais, como se aos partidos coubesse a decisão de manter ou demitir ministros. Faria sentido num sistema parlamentarista ou se a coalizão atual estivesse amalgamada por um programa comum de governo.

Como não há uma coisa nem outra, no sistema presidencialista presente cabe exclusivamente à presidente decidir sobre a permanência de um ministro no cargo.

O que a presidente Dilma Rousseff até agora se recusa a fazer em relação a Lupi, apesar dos desvios verificados na pasta que dirige, teoricamente preocupada em perder o apoio do partido na votação da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo o livre uso de 20% do orçamento.

É mais uma das muitas explicações para a condução diferenciada dada a Lupi em relação aos que já caíram abatidos pelo mesmo enredo do titular do Trabalho. Nenhuma dessas explicações, no entanto, convence. Principalmente a DRU, já aprovada uma vez com apenas 44 votos contrários, confirmando a extensão inédita de uma base sem precedentes, que sobra ao governo.”

(grifos nossos)

Um comentário:

  1. Dr. Taylor, a comparação é válida. Na última campanha eleitoral que o partido da flor coligou na chapa majoritária, os adeptos do finado Brizola, de pronto se dispuseram a debater um programa de governo amplo e exequível. Para surpresa, o parceiro político foi rápido e fulminante ao determinar: "Não precisamos de programa de governo, pois já sabemos o que queremos fazer." Muxoxos!

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