Qualidade de vida, como concepção de bem viver, sempre foi um tema que me atraiu, tanto pelo que já escrevi depois dos 40, quanto pelos bate-papos com amigos e parentes, onde expresso aos mais jovens a experiência de quem vivi ativamente o presente, mirando o futuro.
Por oportuno salientar, minha geração foi educada e viveu cultuando a busca permanente da riqueza financeira e material. Isto é, o dinheiro e nada mais.
Entretanto, hoje, acredito que a vida existe para ser apreciada e que a coisa mais importante é se sentir bem sobre si mesmo.
E afinal, dinheiro traz ou não felicidade? O empresário austríaco Karl Rabeder, de 48 anos, era milionário, mas infeliz. Ele ficou famoso no ano passado quando decidiu se desfazer de sua mansão, casa de férias, carros, avião e a empresa de decoração que ajudou a fazer fortunas.
Rabeder, que veio de uma família pobre em que a regra era trabalhar muito para conseguir coisas materiais, confessou que durante muito tempo acreditou que mais riqueza automaticamente trazia mais felicidade.
Entretanto ele sentiu que todos a sua volta estavam atuando, sendo amigáveis apenas pelo dinheiro. Rabeder também começou a se sentir culpado quando visitou países na África e na América do Sul, em que pessoas não tinham nem uma mínima parcela de sua riqueza material. Foi aí que decidiu largar seu estilo consumista pelo resto da vida. Ele criou uma organização chamada MyMicroCredit que ajuda pessoas em países subdesenvolvidos, transferindo todo o dinheiro de seus contas para ela.
Karl Rabeder morava em uma casa de 321 m2, mas agora se mudou para um chalé de 19 metros quadrados (foto acima), e vive com menos de R$ 2,5 mil reais por mês. Hoje, ele dá seminários sobre temas como “a felicidade pode ser aprendida” ou “dinheiro suficiente para ser feliz” para as pessoas dispostas a ouvir seus argumentos, e até publicou um livro chamado “Aqueles que não tem nada pode dar tudo”.
Rabeder, hoje, diz que se sente bem com uma carreira que é divertida e boa para ele, e continua doando todos os excessos de dinheiro para a sua organização MyMicroCredit.
Eu aprecio particularmente aqueles que não são primariamente focados em questões financeiras e bens materiais, e quanto vejo exemplos como os de Rabeder, e tantos outros, mais e mais me convencem que a felicidade passa pela pratica da SOLIDARIEDADE, por mais simples que pareça, como ajudar um portador de necessidades básicas a atravessar uma rua e dar um brinquedinho para uma criança.
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