quinta-feira, 19 de abril de 2012

O caminho é a corrida pelo carvão limpo

Por: Taylor Lima
No início do mês, a presidente Dilma Rousseff aproveitou uma reunião com os integrantes do Fórum do Clima, no Palácio do Planalto, para dizer que defende a energia de fontes hidráulicas. Entre outras coisas, desdenhou da energia eólica e solar, ambas defendidas pelos grupos mais radicais como alternativa às hidrelétricas. Disse que, como presidente, tem de explicar como as pessoas vão comer, ter acesso à água e energia. “Eu não posso falar: ”Olha, é possível só com eólica iluminar o planeta. Não é. Só com solar? De maneira nenhuma”.

Dilma disse ainda que o Brasil vai trabalhar, sim, pelo desenvolvimento sustentável, para tirar as pessoas da pobreza, para encontrar formas de conciliar o progresso com o respeito ao meio ambiente.

Nessa linha, conforme matéria do estadão.com.br, um relatório divulgado no último dia 11, pelo instituto americano Pew indica que o Brasil é o décimo país que mais investe em energia limpa, tendo direcionado US$ 8 bilhões para o desenvolvimento da produção alternativa – um aumento de 15% em relação a 2010.

No Brasil, o carvão é de longe a fonte de energia que mais emite dióxido de carbono (CO2) por kWh gerado, em função da pouco eficiente das centrais térmicas, que não utilizam a captura de CO2 ou a gaseificação, tecnologias ainda com barreiras técnicas e econômicas para a aplicação em larga escala, essências para conter o crescimento das emissões de gases do efeito estufa, em especial o CO2.

Segundo estudos, até 2050, será preciso reduzir pesadamente as emissões mundiais de gases estufa. Caso contrário, a temperatura terrestre subiria em média 2 graus Celsius, com dramáticas conseqüências climáticas.

Logo, dominar a emissão do dióxido de carbono (CO2) resultante do uso do carvão é urgente e necessária para garantir o futuro de Candiota e região.

Com informação do site Instituto Carbono Brasil vem a pergunta:
Como transformar uma tecnologia essencialmente poluidora em sustentável?
Em busca dessa resposta, o governo escocês, a exemplo de outros países, anunciou a implantação de tecnologias para captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês), em todas as usinas de energia movidas a carvão no país até 2025. De acordo com a medida, as unidades têm o prazo de 10 anos para se equiparem. Antes da decisão, o país já exigia que o uso da tecnologia de CCS em novas usinas.

Resultado: De acordo com o relatório do governo escocês “Electricity Generation Policy Statement”, a expectativa é que, nos próximo dez anos, o sucesso na demonstração do CCS no país crie 5 mil empregos e valha US$ 5,6 bilhões.

A luz no fim do túnel existe, basta buscar o caminho certo.
Com carvão sujo, bloquear a ponte do guaíba ou fazer greve de fome não vai resolver

Fonte: Editorial do jornal Folha do Sul (18-04-2012)

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