sexta-feira, 17 de junho de 2011

A qualidade do ar em Candiota

Afinal, a poluição causada pela usina pode ou não fazer mal?

A qualidade do ar em Candiota é um tema que por si só já gera debates. Porém, desde fevereiro deste ano, quando o Ministério Público recomendou a suspensão da licença do Complexo Termelétrico do município, alegando que a operação das usinas pode causar danos ambientais irreversíveis, o assunto se tornou mais recorrente. Atendendo ao Termo de Ajustamento de Conduta, assinado em abril, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) instalou quatro estações de monitoramento de partículas inaláveis nas vilas do entorno da Usina. Outras ações em alinhamento ao cumprimento do Termo de Conduta devem ser anunciadas.

No rastro das informações sobre o meio ambiente, a comunidade também discute a possibilidade de a produção da usina também gere doenças respiratórias ou outras mais graves. O secretário de Saúde de Candiota, Ancelmo Camillo, afirmou ao Jornal MINUANO que não existem comprovações de que o índice de doenças no município, como os casos de câncer, por exemplo, estejam relacionados com a operação das usinas. No ano passado, o relatório de um ano de coletas de dados nos postos de saúde do município foi apresentado dentro da 1ª Oficina de Avaliação e Planejamento do Programa de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade do Ar (Vigiar), na região carbonífera sul. Os dados coletados pela Secretaria de Saúde de Candiota e pela CGTEE foram enviados à Secretaria Estadual de Saúde que constatou que, neste primeiro ano de coletas, os sintomas de gripe, tosse e rinite são próprios da época e não estão relacionados ao beneficiamento do carvão. O Jornal MINUANO teve acesso ao documento, que traz considerações importantes.

Na apresentação, estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde. Na reunião, foi mostrada a tendência da mortalidade e morbidade hospitalar por doenças respiratórias em Candiota e municípios do seu entorno, com base nas informações do site do Datasus. Foram divulgados os gráficos contendo as taxas de mortes por doenças do aparelho respiratório, asma e neoplasia maligna da traquéia, brônquios e pulmões na série histórica de 1996 a 2007. Várias análises foram feitas com as informações referentes aos municípios de Candiota, Pinheiro Machado e Pedras Altas, como direção dos ventos, poluentes, precipitação pluviométrica e atendimentos no período de junho de 2009 a maio de 2010. Segundo o relatório, os resultados não evidenciaram correlação com a poluição causada pelas usinas.

Ainda assim, o tema é inconclusivo.
O vereador do PMDB em Bagé, Gustavo Morais, por exemplo, notabilizou-se nos últimos tempos por defender um controle maior da popluição, contudo, não chega a apresentar dados técnicos que comprovem sua preocupação. Moraes, entretanto, utiliza de sua experiência como “bservador da natureza” e que chama sua atenção o fato de os peixes da propriedade de um amigo, nas proximidades do município, estejam diminuindo ao longo dos anos. Em sua casa, o vereador diz observar que as folhas das árvores caem antes do tempo quando os ventos estão soprando de Candiota a Bagé. Morais explanou estes dois episódios quando perguntado porque afirma que o ar das usinas trazem malefícios ao ambiente e à população. “Não gostaria de citar nomes, mas já detectei nas cidades de Hulha Negra, Pinheiro Machado e até mesmo em Bagé casos de pessoas com má-formação. Inclusive, questionei a equipe da CGTEE quando estiveram na Câmara de Vereadores e obtive a resposta de que isso é, sim, possível, embora não existam estudos que confirmem esta hipótese”, afirmou. O vereador lembrou que o próprio fato da determinação da desativação da Fase A até 2013 justifica a apreensão com o tema. “É necessário a colocação de um filtro, que está sendo colocado nas fases B e C, mas que na A já não havia esta possibilidade, por isso a necessidade de desativação”, disse ele.

Os dados do Vigiar apresentados no ano passado e a continuidade do monitoramento de indicadores por parte do Programa tranquilizam a população. Por outro lado, a falta de estudos conclusivos sobre o quanto o ar de Candiota pode prejudicar as pessoas e o meio ambiente, bem como causar graves doenças deixa uma lacuna importante sobre o tema.

Fonte: Jornal Minuano

2 comentários:

  1. Oque não se entende é o secretário de saude anselmo camillo, falar que os casos de cancer em candiota, não estão relacionados com a poluição do carvão, so podemos entender é pela sua incapacidade de ser secretário de saúde, é so fazer um comparativo com os municipios, que tenham o mesmo numero de habitantes, e vai se constatar que la é a metade dos casos de cancer, em relação a candiota.

    obs. pergunta aos motoristas da saude que tu vai ver que é de apavorar a quantidade de pacientes com cancer que ja morreram e são transportados pela prefeitura.


    Ha um interece das autoridades municipais, em esconder esses dados, porque o carvão é a maior fonte de arrecadação do municipio.

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  2. é verdade anonimo das 10:45 17/06. só que va ficar ainda pior; pois as 4 instalação de estações de monitoramento do ar colococados pela CGTTEE no termo de ajuste com o Ministerio Publico, não tem a lisura nescessaria a comprovação da qualidade do ar, haja visto que que monitora as estações sãp os próprios tecnicos da CGTEE, que são remunerados pela empresa, e que evidentemente tem intereses em atender satisfatoriamente ao patrão!!!!!!!!!!

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